- Alessandro Panvéchio é comunicador fluente em Osvaldo Cruz e faz parte da diretoria da Associação Comercial e Empresarial. Osvaldocruzense, ele também compõe o núcleo inicial do Fórum Permanente de Desenvolvimento Econômico e Social, Multiplic.
- Confira na íntegra a entrevista.
- EV: Como você conheceu o Multiplic e por que decidiu colaborar?
- A.P: Fazendo parte da diretoria da Associação Comercial surgiu a ideia de conhecermos um modelo desse tipo de iniciativa. Desde o inicio achei a ideia interessante, sabe? E aí, ela foi tomando forma e eles me convidaram naquela primeira visita em Maringá pra ver como funciona esse modelo lá. Fiquei impressionado com a questão da organização da sociedade civil e como as pessoas podem, quando elas querem, realmente se organizar, fazer algo de bom e de melhor para a localidade onde vivem, e aquilo me tocou profundamente nesse sentido. Óbvio que, logo após esse primeiro encontro, a gente já via que tinha muitas pessoas dispostas, talentosas, com condições de ajudar, além do que elas já fazem naturalmente pela cidade. Eu vejo que tudo é uma questão de organização e de foco. Então, surgiu o convite de estar fazendo parte deste núcleo inicial, eu digo inicial porque penso que a gente tem um caminho muito grande ainda, muito longo e as pessoas de bem, que querem o bem, que pensam no futuro, pensam no melhor para a localidade que a gente vive, precisam estar juntas, e uma coisa que marcou muito pra mim nesse primeiro encontro, lá em Maringá, foi ouvir de um dos coordenadores de lá que “não pode haver nem um tipo de vaidade” sabe? Todos têm que se dispor a contribuir da melhor forma possível e se despir de qualquer tipo de vaidade.
- “Quem tá junto, tem que estar pra somar. Se dispor realmente a colaborar e ver onde a gente vai conseguir chegar. Óbvio que o trabalho é muito desafiador, mas as coisas têm que acontecer. Temos a oportunidade de mudar a nossa realidade.”
- EV: Quais as dificuldades que você vê hoje no município e como você acredita que elas podem ser resolvidas?
- A.L: Eu penso assim: a gente vive um momento econômico nacional desafiador. A gente tem que tentar entender que às vezes a dificuldade é uma oportunidade. Temos que tentar nos organizar no sentido de uma autoproteção, e caminhar juntos. Pessoas que a princípio se veem como concorrentes, vai chegar um momento que elas vão ter que compreender que cooperando entre si é mais fácil para sobreviverem. É uma ajuda mútua, porque a gente vive em comunidade. É um momento de cooperativismo. Talvez a maior dificuldade é conseguir nos reunir e pensar com o mesmo propósito, com o mesmo feeling. Óbvio que existem alguns setores ou alguns empresários que estão à frente, conseguiram por seus próprios esforços ultrapassar um momento de maior dificuldade e agora já conseguem enxergar um futuro melhor. Outros não. Então são momentos distintos, mas se um ajudar o outro, acredito que todo mundo vai conseguir ultrapassar um momento difícil e trilhar esse caminho melhor.
- EV: Algo que o Multiplic vem deixando bem claro é: o fórum não tem dono. Então é importante que as pessoas saibam disso, né?
- A.L: Exato. Por ser uma coisa nova e pelo fato de as pessoas não estarem tão próximas ainda do fórum, talvez elas tenham um pouco de dificuldade de compreender a ideia. Elas podem se perguntar: “Mas o que é isso? Como vai funcionar? O que a gente pode esperar?”. Penso que nós, que estamos desde o início no fórum, também não temos todas estas respostas. Isso depende muito do comprometimento, de envolvimento e da disposição de quem está trabalhando. E é por isso que precisamos muito da ajuda de quem está disposto a participar. O fórum não tem dono. O fórum é da cidade e hoje as pessoas que estão responsáveis por determinados setores, não vão ficar para sempre. A proposta é muito clara: é um fórum permanente de desenvolvimento. Então, todos nós que estamos fazendo parte desse núcleo inicial vamos passar e daqui um tempo pode ser que eu não faça mais parte, porém quero ter a oportunidade de dizer: eu pude ajudar de alguma maneira! O interesse é esse. Não tem nada político, nada empresarial, a gente quer apenas um lugar melhor para todos. Isso também não é nenhuma crítica aos poderes constituídos, muito pelo contrário, porque são parceiros. Mas vamos sempre buscar o melhor.
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